Um conto de ano novo

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     Todos escrevem contos para o ano novo felizes, talvez seja uma forma de demonstrar esperança. Caro leitor informo-lhe que serei diferente, escrevo esse conto para que o azar fique só nas palavras e não em minha vida.
Essa é a pequena, porém triste história de um garoto, um qualquer que provavelmente ninguém daria importância, mas eu dou, pois já estive onde ele está. Thomas, Thomas tinha uma rotina diária, sim era sempre a mesma coisa, não que estivesse feliz com aquilo só estava desanimado para mudar qualquer coisa, para seguir enfrente.
     Nosso protagonista diariamente sentava no ponto de ônibus depois da escola, só para ver o ônibus dela passar, não, ela não estava dentro daquele ônibus e nunca mais estaria, ele sabia disso. Claro, a culpa era dele - Ao menos de acordo com ele mesmo.
     Depois do ônibus dela passar voltava para a casa e fazia o seu almoço e o dela, mas ela não comeria então ele mesmo comeria por ela e sempre exatamente as três voltava ao ponto e esperava outro ônibus passar.
Sempre com a mesma expressão, ele sabia o que pensavam, e ele sabe o que sentia, como se um enorme buraco houvesse sido aberto por uma lança e nunca se fecharia.
     Todos os dias era a mesma coisa, por meses, por um ano, aquele era o último dia do ano e nosso protagonista tivera uma noite insonia por causa de um sonho - O qual ao meu ver era um pesadelo. No fim daquele dia Thomas subiu a um penhasco onde fizera um piquenique com sua amada em um dia que agora parecia distante, faltavam poucos minutos para a meia noite e os fogos estouravam e junto aos fogos estourou seu corpo nas pedras na costa.
     Mas por que caro leitor? Por que depois de um ano Thomas mudaria totalmente sua rotina se era um garoto tão conformado? Eu lhe digo, por causa de um sonho - Ou pesadelo veja como quiser. - Um sonho com sua amada a qual nunca vira em sonho ou pesadelo algum, e nesse primeiro ela clamava pela presença dele e por amor ele obedeceu.


- Krayon C.G. - Um conto de ano novo.

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